domingo, 23 de outubro de 2016

Prazer, meu nome é Elisa e eu não sei

Eu estava assistindo um vídeo no YouTube, coisa que faço muito no meu tempo livre. Era um vídeo interessantíssimo do canal da Liliane Prata sobre "a libertação do não sei".
O tema me chamou muita atenção, porque essa tem sido uma reflexão frequente na minha vida, principalmente nesse fim de ensino médio, onde surgem tantas dúvidas e incertezas, mas mais do que a liberdade de assumir o "não sei", gosto sempre de falar sobre a liberdade do "mudei", porque as mudanças radicais foram comuns nessa minha vida curta e eu recebo, quase diariamente, muitas comparações de como eu sou e como costumava ser.
Assumir que mudamos de ideia é uma tarefa difícil, inclui perder amigos, ser julgados e carregar o peso da mudança por um longo tempo. As pessoas parecem não se acostumar com a ideia de que somos seres que evoluem(ou involuem, se me permitem dizer) ao longo do tempo.
Acredito que por tudo isso tanta gente tem medo da mudança. Viver preso a quem pensam que você é, com certeza é a pior prisão que existe. De certa maneira, você está preso a você mesmo, mas um você que já passou. Ter de se limitar o tempo todo por não poder exceder os limites do que é esperado de você é cruel. Mais que cruel, é desumano.
Por isso, possível leitor, não se torture! É comum que as pessoas rejeitem o desconhecido, de certo modo, você também rejeitou no primeiro momento. O meu conselho é assumir a mudança, sair de si e se apresentar para aqueles que te conheceram antes da mudança. Nenhuma das pessoas que você conhece é a mesma de quando conheceu, dizer isto a elas pode facilitar as coisas.
—Lis

terça-feira, 18 de outubro de 2016

SOBRE ADOLESCÊNCIA, SOLIDÃO E PENSAMENTO CRÍTICO

Eu criei este blog tem uns bons anos
para um trabalho de língua portuguesa... Eu nunca mais escrevi nada por aqui, mas gosto deste título, porque eu consigo lembrar da pré-adolescente revoltada que eu era quando tinha 12/13 anos.
O meu pensamento crítico nasceu de uma insatisfação com o mundo e eu realmente me orgulho disso. O desenvolvimento desse pensamento crítico só pode acontecer mais tarde por meio de aulas de filosofia, sociologia, língua portuguesa, etc. Se não fossem essas aulas, isso não passaria de uma "revolta" até hoje, porque é esse o nome que a gente dá pra toda inquietação que tem com a sociedade.
Ser adolescente é uma época estranha da vida, principalmente quando você é uma adolescente com depressão e ansiedade, como eu. Você se sente exatamente um estanho no mundo.
É comum quando temos essa idade as pessoas não nos levarem a sério. Estão sempre me dizendo, independente do contexto da conversa: "Mas você só tem 17 anos", "Você é muito nova", como se eu não soubesse a minha própria idade "Eu não me esqueci quantos anos eu tenho, mas obrigada por lembrar". Quando eu conto um problema, uma experiencia ou simplesmente argumento uma situação, é como se eu não pudesse ter opiniões porque a minha idade não permite. Parece que quando você torna-se adulto, começa a carregar a verdade absoluta dentro de si e pode dizer qualquer merda, porque já atingiu a faixa etária pra isto.
Esse desprezo pela adolescência é problemático... Existe nessa fase da vida a solidão e o isolamento próprios da idade, porque não nos sentimos crianças e ainda não nos deixam ser adultos. Mas quando questionamos, somos muito jovens ainda pra isso. Aparentemente, existe idade para pensar.
Eu nunca tinha encontrado adolescentes como eu. Me sentia muito só! Sempre que eu encontrava alguém com pensamentos semelhantes, eram pessoas adultas que achavam-me brilhante por ser assim, enquanto eu me detestava e desejava com todas as forças ser parecida com o restante. Ser assim é bom, mas é maçante carregar o peso de ter consciência e ser tratada como se não tivesse.
Daqui menos de um mês eu faço 18 anos e fiz esse texto pelo meu resto de adolescência, para que eu não me torne uma adulta dona da verdade do mundo, para que eu nunca diga a ninguém frases como "Você está muito jovem" ou "Você está muito velho"(essa também me irrita um bocado). Também escrevo pra você, que é adolescente ou que já passou por essa fase e odeia essas colocações, porque não quero que você sinta-se sozinho no mundo, mas para que você nunca perca essa coisa adolescente de pensar que "só eu sinto determinada coisa" e que "só eu sou assim", porque se você pensar bem, é só você mesmo. A unidade, a alteridade sejam sempre SUAS, como deveria ser.

— Lis